Fotografías y poemas esculpen paredes, se mezclan con ellas, forman parte de su tejido vital:
A Mulher Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.
Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
Maria de Blanco
A Mulher Se é clara a luz desta vermelha margem
é porque dela se ergue uma figura nua
e o silêncio é recente e todavia antigo
enquanto se penteia na sombra da folhagem.
Que longe é ver tão perto o centro da frescura
e as linhas calmas e as brisas sossegadas!
O que ela pensa é só vagar, um ser só espaço
que no umbigo principia e fulge em transparência.
Numa deriva imóvel, o seu hálito é o tempo
que em espiral circula ao ritmo da origem.
Ela é a amante que concebe o ser no seu ouvido, na corola
do vento. Osmose branca, embriaguez vertiginosa.
O seu sorriso é a distância fluida, a subtileza do ar.
Quase dorme no suave clamor e se dissipa
e nasce do esquecimento como um sopro indivisível.
António Ramos Rosa, in "Volante Verde"
Poemas en los muros blancos de Ibn Darraj Al-Qastalli, Sophia de Mello Breyner Andresen, de Eugénio de Andrade
Chamam-te, escuta a sua voz.
A vida sorri-te, bebe desse vinho e saboreia-o,
é promessa de uma nova Primavera que chega.
É flor que atrai
com sua fragrância de almíscar,
bela e sensual.
Do seu caule de esmeralda libertam-se
folhas de prata e pétalas de ouro
que se entrelaçam como filamentos de seda
e se erguem como um cálice para te brindarnum
inesgotável inebriament.
de Ibn Darraj Al-Qastalli (Cacela, 958)
Infinito azul, infinita luz
partiendo del blanco
de suave brisa acariciando
Tierra donde todo fué
y hoy descansa en las almas
que toman cuerpo
en la sencillez de sus muros blancos
Frontera entre la prisa, la algaravía
y la sencillez , el sonido del viento
y el oído que se detiene y escucha. Maria de Blanco
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